terça-feira, 18 de novembro de 2014

1˚ Fórum sobre Food Trucks do RJ

No último sábado, dia 15 de novembro, aconteceu o 1o Fórum de Discussão de Food Trucks do Rio de Janeiro. O encontro aconteceu no Planetário da Gávea e reuniu políticos, representantes da SindRio (Sindicato dos Restaurantes), Sebrae, Vigilância Sanitária, e, claro, pessoas que tem interesse em abrir seu próprio negócio.

Uma coisa ficou clara nas três horas de conversa: A Prefeitura do Rio quer os "food trucks" nas ruas para o verão. Como, onde, e o preço disso, ainda não ficou claro.

Mas algo é certo: não será barato.

O Rio de Janeiro se tornou uma cidade profissional. Não é um ambiente para iniciantes. O perfil de grande parte dos possíveis investidores na comida de rua é de pessoas com pouco dinheiro, que acharam uma brecha nos aluguéis insanos da cidade, sem correr o risco de ficar sem as calças.

Só que, como uma cidade que lucra até (e principalmente) com a luz do sol, o modelo de funcionamento da comida de rua ainda é um mistério, mas ainda assim, promi$$or.

1o Fórum de Food Trucks

Vamos primeiro entender a primeira cidade a legalizar o "food truck" no Brasil, São Paulo. O que se entendia como "comida de rua" era similar ao que acontece aqui: era considerado legal as carrocinhas de cachorro quente e vans adaptadas, as licenças eram expedidas só nesses casos. Em novembro de 2013, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que regulamentava a venda de comida de rua, abrindo espaço para os Food Trucks. A partir daí, foram estipulados pontos de parada dos carros, juntamente com as subprefeituras e a sociedade civil (leia-se também donos de restaurantes, pessoas que querem os carros de comida distantes de seu negócio). E foram criados estacionamentos particulares, como o Butantã Food Park, o primeiro de muitos, que cobram diárias dos carros.

Só que, pelo modelo exposto no Fórum, o Rio não terá estacionamentos particulares. E sim, só lugares definidos pela Prefeitura, locais distantes de comércio, que não dêem chances de competição com restaurantes e bares estabelecidos. São estes os lugares "discutidos": Mirante do Leblon, Quinta da Boa Vista, Praça Paris, etc.

Parar na praia: Nem pensar.
Vias públicas: Depende.
Praças: Dá pra conversar.

O que os deputados Laura Carneiro e Marcelo Queiroz propuseram em seus papéis na Câmara do Rio foi uma diferenciação entre o food truck, um caminhão profissional de 300 mil reais, e a carrocinha de cachorro quente do Seu Zé de Madureira. A Prefeitura do Rio já quer colocar todo mundo no mesmo balaio, já que todo mundo vende comida de rua.

Feira Planetária

O que foi entendido no Fórum é o seguinte: A legislação do Rio será diferente da de São Paulo, a Prefeitura que vai definir as áreas de estacionamento dos food trucks, e serão feitos rodízios. Um dia um carro estará em um ponto da cidade, no outro dia, outro lugar. Por oito horas diárias, manhã, tarde ou noite.

E tudo isso será definido por licitações. Lembrando que, dependendo do lugar, e do horário, a sua vaga no rodízio será mais ou menos cara. O representante da Prefeitura chegou a expor um exemplo de uma diária de R$500,00. E ainda que, multiplicando pelos dias da semana, chegaria a um aluguel comercial na Zona Sul.

Pense comigo: Você e um restaurante famoso da cidade (que agora vende cachorro quente gourmet) disputam a mesma vaga na futura licitação. O restaurante tem mais fama (pode render mais conversa, fotos nas revistas, divulgação) e mais dinheiro. Quem ganha a disputada diária?

Serão em média 20 vagas por região da cidade. Se tem interesse no assunto, vá lendo o Diário Oficial, as notícias da Secretaria de Ordem Pública (SEOP), e consulte o Sebrae para elaboração de um plano de negócios. Boa sorte!