sexta-feira, 5 de junho de 2015

Roma Parte 2: Centro Histórico

Falar de "centro histórico" em Roma é quase um pleonasmo, mas esse tal centro nada mais é do que a região do Monti. Lá está o Rione tradicional, um termo dado durante a Idade Média para a área histórica do centro de Roma.

Panteão, Fontana de Trevi, Piazza Navona, todos os pontos turisticos mais antigos estão dentro dessa área histórica. E como já foi falado aqui: se tem turista, tem armadilha. Mas sempre é possível desviar de fantasias de gladiadores, paus de selfie e restaurantes com menu em inglês. É só pensar como um italiano.

Italianos gostam de comer bem e em restaurantes que tenham bons ingredientes (se forem locais, melhor ainda). Eles se dedicam ao jantar, e pedem os pratos na ordem certa (entrada, primeiro prato, segundo prato). E, principalmente, não comem sozinhos.

A comida italiana foi feita pra dividir, é uma celebração, um momento com a familia e os amigos. Vai ver que é por isso que todo italiano diz, quando alguém pergunta "onde se come melhor nesse mundo?", que a comida da mãe/avó é a mais deliciosa.

E lugares assim tem de montão em Roma! É só procurar!


Fontana di Trevi 

cadê glamour?

Ah, o amor. Fontana di Trevi, hoje em obras (eternas), é um verdadeiro FUÉN no romance de um casal. É andaime pra tudo que é lado, e a fonte, que diz a lenda, é mágica e te leva de volta à Roma se você jogar uma moeda, hoje é uma pocinha aproveitadora de turistas. Mas, para não tirar o entusiasmo de ninguém, aí vai a Fontana com toda a sua glória em "La Dolce Vita" de Fellini <3



Depois do balde de água fria que é a Fontana di Trevi em obras, passe pelas vielas de Roma até chegar na Piazza di Spagna. Mas antes, vá até a Pompi.

dois cannolo faz um cannoli

Diz a lenda que a Pompi tem o melhor tiramisu de Roma (lenda possivelmente plantada por eles). Se você perguntar para um italiano onde tem o melhor tiramisu do mundo, ele vai te falar: na casa da nonna! (ou da mamma!). Sabendo disso, pedi um cannolo, sobremesa clássica italiana que dificilmente dá errado. É uma massa frita com recheio cremoso de queijo com pedaços de chocolate e pistache.

Bem perto da doceria tem um dos mais famosos pontos turisticos de Roma, você vai reconhecer pela quantidade de vendedores de paus de selfie.


Piazza di Spagna

90% turista

Aparentemente, todo mundo se reune nas escadarias da Piazza para fazer uma social. A primavera em Roma é quente à beça, então o horário ideal de visitá-la é no fim da tarde, quando o sol dá uma trégua, é hora de passear. A escadaria (construída em 1726-1726) leva à Igreja de Trinità dei Monti e é o ponto de encontro da noite no Monti. Nos arredores você tem uma grande opção de lojas de grife (pra quem tá podendo, a Valentino é do ladinho) e restaurantes caros.

Mas, se você é um viajante barateiro como eu, e chegou na área pela manhã, a dica é fugir do perímetro. O restaurante Pinsere tem uma das pizzas mais elogiadas de Roma e fica cerca de 20 minutos andando da Piazza di Spagna. Se você estiver cansado, vale até gastar mais um pouco e pegar um taxi (segundo as interwebz cerca de 8 Euros). Cada fatia de pizza custa em média 4 Euros e são deliciosas.

Caso o Pinsere não esteja nos seus planos, a dica é entrar na fila do Pastificio. Fica bem perto das escadarias e o prato de pasta é muito barato. Por cerca de 5 Euros você come bem (em pé ou leva para a viagem), e o pagamento é só em dinheiro.

Depois de escolher seu caminho gastronômico do almoço, confira o lar dos deuses romanos.


Panteão

oi meu nome é Panteão e eu tenho 2042 anos

O Panteão é a única construção do período greco-romano que ainda está em perfeito estado de conservação. Data de 27 a.C e sua função era de templo de adoração dos deuses, e desde o século VII como templo cristão. O mais impressionante dessa construção, além das pinturas tridimensionais no domo, é o modo que a iluminação entra pelo oculus, um buraco no topo do Panteão. Dependendo da época, e da hora, ele ilumina partes diferentes do salão circular. Acredita-se que quando seu construtor, o Imperador Adriano, adentrava o sol batia exatamente nos grandes portões. Para um povo que acreditava que seus governantes eram mais próximos dos deuses, imagina só como era essa entrada triunfal.

fãs de café tremei

Depois de ser iluminado como um deus grego, é hora de tomar um cafezinho. O Caffé Sant'Eustaquio é uma instituição romana, e parar em sua porta para pelo sentir o cheiro do bom café é obrigatório. A casa abriu em 1938 e tem um blend de café só deles. Também dá para levar para casa bombons e o próprio café moído em uma embalagem a vácuo (pode levar no avião). Mas o melhor é sentar nas mesinhas e tomar um bom (e forte) café italiano.

Vá andando pelas bucólicas ruas do Centro Histórico até chegar na área mais florida de Roma.


Campo di Fiori

<3

Quer ver o lado mais tradicional de Roma? Vá ao Campo di Fiori. Nas manhãs você encontra uma feira muito antiga da cidade, com a venda de vegetais, frutas e verduras frescas, massas, utensílios de cozinha, e principalmente, flores. Se você quer conhecer a Roma dos Romanos, chegue cedo e veja o movimento. O dia vai passando e as barracas de flores continuam lá, mas a feira vai dando lugar aos restaurantes, que à noite ficam super movimentados.

Lembrando a dica da postagem anterior, vale a pena conferir o Apertivo romano. A partir das 18h você bebe bons drinks e ganha algumas comidinhas de brinde, mas cumprir essa prática em um dos locais mais tradicionais de Roma é ganhar na vida 2 vezes (use a #gratidão na foto do Instagram, esquece não).

a placa de fora já dá a letra: pizza bianca

Chegando à hora do jantar, entre na fila do Forno Campo di Fiori. É uma das melhores refeições que você poderá fazer em solo Romano. A pizza é ao taglio, quadrada, e com muito recheio. O ascolini (azeitona recheada) é um sonho, e o suplí (bolinho frito de arroz arbório) é necessidade. Não tem onde sentar, é pedir, pagar, e sair. Preço para duas pessoas: Entre 12 e 15 Euros.

Ao redor da praça as opções para comer um bom panini, porquetta, gelato, são muitas. Como você pode perceber, o passeio no Centro Histórico é cheio, e leva um dia inteiro. Mas em todos os lugares, com um pouco de pesquisa, é possível comer muito bem e por muito pouco.