quinta-feira, 21 de maio de 2015

Roma Parte 1 - Coliseu, Foro Romano e Trastevere.

"at my signal, unleash hell" - falei isso aí quando cheguei, me julguem.

A Cidade Eterna não tem esse nome por uma simples coincidência, ou por ter dois ou três lugares históricos a serem visitados. Não. Roma é um museu a céu aberto, mas isso você já sabe.

Roma é a capital da Itália, e além de ser o berço da civilização ocidental, é também a terra da perdição para os apaixonados por carboidratos e açúcar em geral. Gelato, gnocchi, lasagna, você vira uma esquina e dá de cara com uma piazza de 2 mil anos e uma pizza de 2 Euros.

Comida boa e barata, desde que você pegue no balcão e coma em pé, encostado em uma parede Etrusca ou em um chafariz que possui toda uma dinastia. Roma não é uma cidade de "comida de rua", mas o que você mais vê são pessoas comendo nas ruas. Desde um gelato básico depois do almoço até um panini (o salva-vidas de todo turista).

Então, pra facilitar, o Garfo Viajante vai listar o que você precisa comer, e onde (principalmente, porque essa cidade é grande). Então anota aí no seu Guia de Roma.


Foro Romano e Coliseu

"essas pedra aí tudo"

Quem vai ao Foro e ao Coliseu no mesmo dia pode esperar por duas coisas (ou três se estiver calor): filas, filas e mais filas. Mas é altamente recomendado fazer os dois juntos por serem anexos, e pra detonar logo seus pés em um dia. O ingresso de 12 Euros é para os dois parques sítios históricos, então prepare seu livro de história da Tia Maricota.

O Coliseu é um anfiteatro que começou a ser construído em 68d.C, levando quase dez anos para ficar pronto. Era um centro de entretenimento do Império Romano. Lá aconteciam as lutas de gladiadores, que serviam para calar o povo insatisfeito, e para caçadas, venda de animais, e até mesmo batalhas navais. Depois de um incêndio que destruiu a cidade, um surto de peste, e de um vulcão em erupção, o Imperador Vespasiano queria era acalmar os ânimos, da população, e dos deuses.

O Foro Romano é um grande complexo de períodos históricos e ruínas. Por séculos, tudo acontecia ali, desde comércio até eleições. No perímetro do Foro você pode ver diversos Templos Gregos (como o Tempo de Saturno, de 500a.C), Basílicas, Arcos e outras construções de até 2700 anos. No complexo você também visita o Palatino, com seus Palácios e jardins.

Dá para ver pela breve descrição que é um dia bem cheio, então o jeito é calçar os tênis com amortecedor e sair por aí. Para não passar fominha, eis as principais dicas:

- Carregue 1 ou mais garrafas de água. Existem fontes no Foro (e por toda cidade, a água encanada de Roma é potável), e você vai querer/precisar se hidratar. Principalmente de Maio até Setembro, com o sol na cabeça até as 21h.
- Leve biscoitos na mochila, porque não há o que comer nos arredores. Até tem, mas é armadilha de turista (leia-se comida cara).

foto com todos os elementos de um ponto turístico: vendedores de pau de selfie, chineses e tiradores de foto com iPad.

Mas, antes/depois do passeio, seguem as sugestões de lugares bons e baratos (praticamente turistas-free):

Trattoria Vecchia Roma - Perto da Estação Vittorio Emanuele do metrô, ou 15 minutos a pé do Coliseu, essa Trattoria é uma jóia, um mimo. Cara de restaurante italiano, o local perfeito para comer bem sem ser enganado. A pizza é bem romana, fina e enorme, e custa de 7 a 10 Euros. O cardápio de massas também é bem impressionante, vi um gnocchi com uma cara incrível. Valor final para 2 pessoas (pizza com vinho): 25 Euros.

Pizzeria Luzzi - Muito bem avaliado por turistas e locais (não fui, estou repetindo as avaliações), tem comida típica romana bem barata. O guru de viagens Rick Steves também recomenda. Dizem que a flor de abobrinha recheada é mara e a pizza é honestíssima. Cerca de 7 minutos a pé do metrô do Coliseu, então é mais do que indicado para quem já está bem cansado e não quer andar para achar comida nos arredores (o que é bem arriscado). Segundo as interwebz, o gnocchi custa 6 Euros.


Trastevere

Trastevere, lugarzin feio.

Mas, se a ideia é passear e comer bem (mesmo não sendo tão barato), vale a pena explorar Trastevere. É um bairro muito fofo, com casas muitos antigas e um clima boêmio que outras regiões de Roma não tem. São muitos restaurantes, bares, e a própria beleza do lugar já fazem valer o passeio. Para chegar, a partir da região do Esquilino/Palatino/Coliseu, é pegar a ponte que passa sobre o Tibre (ou Tevere).

Para quem chega na área entre 18 e 21h, dá para pegar uma tradição italiana muito legal: o aperitivo. Você pede uma bebida e come pequenas porções (sanduíches, azeitonas, conservas, amendoim). É o happy hour dos italianos, quando as pessoas se juntam para conversar, beber um tradicional Negroni, fumar um cigarro.

Mas nada de substituir a janta. Segundo a lógica dos restaurantes, comer é um ritual de vários passos: entrada, primeiro prato (uma massa), segundo prato (uma carne), acompanhamento (para a carne), sobremesa. Me diz se não é um lugar fantástico? Fica a dica para você cumprir à risca esse ritual nesse restaurante:

Da Enzo Al 29 - Esse pequeno restaurante em Trastevere é um nome obrigatório na lista de quem leva a sério a comida.  Funciona no esquema familiar, com mesas juntas, e não importa se o espaço é pequeno: os pratos valem a pena. Chegando por volta das 20h já vai ter fila na porta (lembrando uma coisa: romanos comem cedo!). Peça a pasta à Carbonara feito com o bacon mais gostoso, o guanciale. E de sobremesa, a musse de mascarpone com morangos. Valor final para 2 pessoas (pasta com vinho e sobremesa): 32 Euros.

"cês tudo falando de comida e eu aqui, em cima de uma pedra de 2500 anos."