terça-feira, 18 de novembro de 2014

1˚ Fórum sobre Food Trucks do RJ

No último sábado, dia 15 de novembro, aconteceu o 1o Fórum de Discussão de Food Trucks do Rio de Janeiro. O encontro aconteceu no Planetário da Gávea e reuniu políticos, representantes da SindRio (Sindicato dos Restaurantes), Sebrae, Vigilância Sanitária, e, claro, pessoas que tem interesse em abrir seu próprio negócio.

Uma coisa ficou clara nas três horas de conversa: A Prefeitura do Rio quer os "food trucks" nas ruas para o verão. Como, onde, e o preço disso, ainda não ficou claro.

Mas algo é certo: não será barato.

O Rio de Janeiro se tornou uma cidade profissional. Não é um ambiente para iniciantes. O perfil de grande parte dos possíveis investidores na comida de rua é de pessoas com pouco dinheiro, que acharam uma brecha nos aluguéis insanos da cidade, sem correr o risco de ficar sem as calças.

Só que, como uma cidade que lucra até (e principalmente) com a luz do sol, o modelo de funcionamento da comida de rua ainda é um mistério, mas ainda assim, promi$$or.

1o Fórum de Food Trucks

Vamos primeiro entender a primeira cidade a legalizar o "food truck" no Brasil, São Paulo. O que se entendia como "comida de rua" era similar ao que acontece aqui: era considerado legal as carrocinhas de cachorro quente e vans adaptadas, as licenças eram expedidas só nesses casos. Em novembro de 2013, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que regulamentava a venda de comida de rua, abrindo espaço para os Food Trucks. A partir daí, foram estipulados pontos de parada dos carros, juntamente com as subprefeituras e a sociedade civil (leia-se também donos de restaurantes, pessoas que querem os carros de comida distantes de seu negócio). E foram criados estacionamentos particulares, como o Butantã Food Park, o primeiro de muitos, que cobram diárias dos carros.

Só que, pelo modelo exposto no Fórum, o Rio não terá estacionamentos particulares. E sim, só lugares definidos pela Prefeitura, locais distantes de comércio, que não dêem chances de competição com restaurantes e bares estabelecidos. São estes os lugares "discutidos": Mirante do Leblon, Quinta da Boa Vista, Praça Paris, etc.

Parar na praia: Nem pensar.
Vias públicas: Depende.
Praças: Dá pra conversar.

O que os deputados Laura Carneiro e Marcelo Queiroz propuseram em seus papéis na Câmara do Rio foi uma diferenciação entre o food truck, um caminhão profissional de 300 mil reais, e a carrocinha de cachorro quente do Seu Zé de Madureira. A Prefeitura do Rio já quer colocar todo mundo no mesmo balaio, já que todo mundo vende comida de rua.

Feira Planetária

O que foi entendido no Fórum é o seguinte: A legislação do Rio será diferente da de São Paulo, a Prefeitura que vai definir as áreas de estacionamento dos food trucks, e serão feitos rodízios. Um dia um carro estará em um ponto da cidade, no outro dia, outro lugar. Por oito horas diárias, manhã, tarde ou noite.

E tudo isso será definido por licitações. Lembrando que, dependendo do lugar, e do horário, a sua vaga no rodízio será mais ou menos cara. O representante da Prefeitura chegou a expor um exemplo de uma diária de R$500,00. E ainda que, multiplicando pelos dias da semana, chegaria a um aluguel comercial na Zona Sul.

Pense comigo: Você e um restaurante famoso da cidade (que agora vende cachorro quente gourmet) disputam a mesma vaga na futura licitação. O restaurante tem mais fama (pode render mais conversa, fotos nas revistas, divulgação) e mais dinheiro. Quem ganha a disputada diária?

Serão em média 20 vagas por região da cidade. Se tem interesse no assunto, vá lendo o Diário Oficial, as notícias da Secretaria de Ordem Pública (SEOP), e consulte o Sebrae para elaboração de um plano de negócios. Boa sorte!

domingo, 12 de outubro de 2014

Comida de rua e o glamour sobre rodas

Comida de rua é mais do que aquele podrão salvador da madrugada, o bom e velho cachorro quente com salsicha desconhecida, ketchup e mostarda sem validade definida, milho, ervilha e passas (eu gosto). Ou o churrasquinho (que faz miau quando você morde) da esquina, com aquele cheiro sedutor de gordura. Ou o hamburgão do seu Zé. Ou a pipoca cheia de margarina. Ou a coxinha com nervo de frango.

q delicia cara

Enfim. Comida de rua é tudo que é de alguma forma, móvel. A pessoa leva o carrinho de comida para a esquina, e lá ele/ela tem a clientela definida. Todo mundo conhece, todo mundo já comeu.

Pelo menos era o que a gente conhecia como comida de rua até pouco tempo. Como em todos os modelos de comércio, muita gente viu a oportunidade de ganhar dinheiro com algo mais... arrumadinho. O alvo era belo e empreendedor, norte-americano, promissor como a Terra da Liberdade. Daí aportou o novo barato brasileiro: o food truck.

made in usa

Nos Estados Unidos, food trucks são ótimos negócios desde meados dos anos 2000. Em cidades como Nova York, é possível encontrar os caminhões em várias esquinas, desde que você tenha disposição para andar. Mas, querendo encontrar um caminhão específico, todos possuem contas de Twitter, em que você descobre sua localização rapidamente. Existem também aplicativos para celular que usam a sua localização para indicar os food trucks mais próximos.

Mas, voltando à busca da oportunidade de glamourizar a comida sobre rodas, o modelo americano é realmente muito lindo e fofo, só que duas coisas facilitam sua implementação lá: encontrar caminhões usados e, algo que não conhecemos bem, menos burocracia na hora de abrir um negócio.

Mas brasileiro sempre encontra a brecha. Ao invés do caminhão fofo-estilo-ônibus-escolar-amarelo, a boa e velha Kombi aparece como solução.

Kombosa Shake, rodando em SP.

São Paulo foi a primeira cidade brasileira a aceitar os food trucks de braços abertos. Como uma cidade com uma dinâmica gastronômica avançada, nada mais normal do que isso. Já é possível visitar parques de comida, com diversos caminhões fofos, e altamente funcionais.

O grande barato do food truck é: oferecer uma quantidade reduzida de opções de comida por um preço mais baixo do que os restaurantes. Nada mais justo. É um ambiente pequeno, com poucas pessoas, que oferece um alimento diferenciado pra um grupo realmente interessado.

Só que, como tudo no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, as pessoas não conhecem bem o conceito de "preço baixo/produto oferecido", e muitos caminhões ainda oferecem comidas por um preço pouco acessível. Não considero R$20,00 um preço justo por um cachorro quente "gourmet". E isso eu pude conferir de perto em um final de semana de outubro, em uma das poucas (dá nem pra contar nos dedos de uma mão AINDA) feiras direcionadas aos "carros de comida".

A Feira Planetária na Gávea foi a primeira a trazer food trucks pro Rio de Janeiro, sendo que muitos vieram de São Paulo para a primeira edição, em setembro. Alguns caminhões já estão fixos na cidade, mas só podem funcionar em eventos fechados, como essas feiras. Na Barra da Tijuca já teve uma edição do Chef Mix Gourmet com muitos dos carros que vão virar figurinha fácil nas feiras pela cidade.

Feira Planetária de outubro

Feira Planetária de outubro

A expectativa é que até o final do ano mais carros entrem no circuito das feiras. É bom lembrar que existe um projeto de lei para legalizar os food trucks na cidade, que existam pontos fixos para os carros, parques gastronômicos, e maior controle sanitário sobre as comidas.

Como já conhecemos pela tradição carioca, a maioria desses carros de comida devem procurar se estabelecer pela zona sul da cidade, no máximo até a região da Tijuca, Centro, e, se muito, na Barra da Tijuca. Mais uma vez a zona oeste da cidade ficará submetida ao bom e velho podrão (amo/sou).

Vale a pena ressaltar que muitos carros de comida no Rio de Janeiro já são de restaurantes estabelecidos e isso pode criar uma competição desleal, entre novos empreendedores, que é a maioria que se aventura pelo food truck (mais barato do que abrir um restaurante físico/fixo), e restaurantes respeitados buscando um espaço no hype.

Food truck do Venga

Mas isso só o tempo e a recepção dos cariocas dirá. Pelo menos nos últimos eventos as pessoas compareceram em peso, consumiram muito e adoraram a ideia. Isso só prova o quanto o carioca está carente por eventos de gastronomia.

Fica a dica para quem ainda não conseguiu ir a algum dos eventos: fique ligado nas páginas do Facebook do Chef Mix Gourmet e da Feira Planetária, as duas feiras que já aconteceram e que prometem ser mensais.

Para quem é de São Paulo, ou visita a cidade, vale a pena conferir o Butantan Food Park, aberto todos os dias, com muitas opções de comida em caminhões ou barraquinhas. Já existem outros estacionamentos pela cidade, vale a pena pesquisar.

A dica é também literária. Para quem gosta do tema, o livro "Guia Carioca da Gastronomia de Rua" do Sérgio Bloch é maravilhoso, e lista diversos profissionais da boa e velha comida de rua, aquela que a gente conhece muito bem.

Então, se a cara estiver boa: COMA.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"Mankind is noodlekind"

Falar de ramen é quase entrar em um desenho animado japonês.

Ponyo ≤3

E não deixa de ser, já que esse prato é atualmente uma das bases da alimentação japonesa. É como o nosso arroz com feijão.


Um "Ramenya", restaurante de ramen em Kyoto
Photo by Japan Resor (CC BY-SA)

Mas ao olhar uma sopa com macarrão, é como pensar naquela canja que sua mãe fazia para você quando estava gripado, naqueles dias frios de inverno. Só que o ramen é muito mais do que isso, é ciência.

Primeiro, existem vários tipos de ramen, o macarrão em si. O fio pode ser fino ou grosso, e tem que ser um tipo especial para a sopa. Mesmo sendo feito com os mesmos ingredientes de um macarrão comum, farinha e sal, o ramen é feito com uma água especial, alcalina, que o faz firmar mesmo em um caldo fervente.

Miso ramen

E claro, o caldo. Em cada região japonesa, um tipo de caldo, um tipo diferente de preparo. Em Tokyo, se come o Tsukemen, em que o macarrão vem separado do caldo, que é quente e frio, preparado a base de molho de soja e frango. Em Hokkaido, o caldo é mais rico (pelo frio da região), feito a base de miso, um tempero de soja fermentado, frango e peixe. E em Fukuoka, o Tonkatsu, e o seu caldo é preparado a partir de ossos de porco, assados e cozidos por muitas horas. De todos, é o caldo mais rico e gorduroso.

Tonkatsu ramen

Além do macarrão e do caldo, os acompanhamentos variam de região. O básico dos ramens é o que aparece até mesmo no desenho de cima: pedaços de carne (geralmente barriga de porco), cebolinha e um ovo cozido de gema mole. Dependendo do estilo de ramen, tem as variações: milho doce, broto de bambu, broto de feijão e nori, a alga do sushi.

Tsukemen ramen

Historicamente, o ramen é um prato do início do século 20, que só se comia em ocasiões especiais. Em 1958, Momofuku Ando inventou o processo de fritar o macarrão para acelerar o processo de cozimento, e, além de popularizar, levou o "nissin" (o nome da empresa de Momofuku) para fora do Japão. O nosso bom e salvador miojo nasceu ali.

Momofuku Ando morreu aos 96 anos, com honrarias de estado. Isso prova que miojo é poder, saúde, riqueza e sabedoria. Momofuku, te amamos.

"seu" Momofuku, com um bom miojão nas mãos

Hoje, o ramen é visto pelos amantes da boa comida como um departamento mágico, pela profundidade de sabores em algo essencialmente básico na alimentação. E isso se reflete na imensidão de chefs que partem para o Japão para entender a magia por trás do ramen, e depois retornam para seus países de origem para reinventar o prato, ou tentar servi-lo da forma mais tradicional possível.

E foi isso que eu vi em Nova York. A cultura de ramen na cidade é imensa, e um dos restaurantes mais frequentados é o Hide-chan Ramen, que vende receitas tradicionais, em um ambiente totalmente japonês.

Ramen com caldo claro, base de molho de soja, direto de NY.

Eu, muito brasileira, com a mania de falar mais alto do que o normal, estava escolhendo o meu ramen no cardápio, quando um garçom se aproximou e, falando em português, perguntou se éramos brasileiros. Imagina só, brasileiros em um restaurante japonês em Nova York, conversando com o garçom. Isso que é globalização.

Fora isso, o tonkatsu deles é maravilhoso. Divino. De chorar. Cremoso, rico, com um chashu (a carne de porco) macio, enfim, que experiência. Marcelo foi em uma opção não-tradicional, chamado de Red Dragon e carregado na pimenta.

Red dragon e o tonkatsu lá no fundo <3

Ainda no oriente, na Tailândia também se come muito o tal do "noodle soup", a sopa de macarrão. É muito parecido, realmente. Troca-se o chashu de porco pela carne de pato fatiada, o caldo pesado por um caldo claro de soja e frango, e adicione uns dumplings (uns pastéis cozidos recheados de carne de porco). E claro, o bom e velho macarrão ondulado, o mais parecido com o nosso miojão.

O noodle soup tailandês

No oriente todo se come versões do ramen. Na verdade, tem quem diga que a origem do prato é chinesa, mas o japão se tornou famoso muito pela invenção do macarrão instantâneo, que popularizou e espalhou essa delícia pelo mundo.

Tanto é, que no Brasil você pode encontrar versões bem fiéis do original japonês. E, claro, um lugar que você pode ir é na Liberdade, na capital de São Paulo. Acessível é pouco.

o tonkatsu do Ramen Ya, na Liberdade

A Liberdade sempre foi o paraíso para quem gosta da cultura oriental, e em questão de ramen, não é diferente. O Ramen Ya, restaurante bem pequeno e muito frequentado por japoneses (acho isso fundamental, se eu for a única ocidental em um restaurante, já dou credibilidade) tem um preço muito honesto e porções grandes. O tonkatsu é muito bom, mas falta mais tempero. O ovo veio quase no ponto certo, e o macarrão tinha uma boa textura. No todo, foi uma boa experiência.

Tsukemen do Ramen Ya, na Liberdade

O tsukemen era uma porção estranha, com muito nori em cima. Mas o caldo era saboroso. De novo, falta mais tempero. Pra quem quer ter uma primeira opinião sobre o ramen, recomendo.

Existem outros restaurantes de ramen em São Paulo. Tem o Lamen Kazu e o Aska, na Liberdade. Recomendo os dois por razões óbvias: estão em um bairro frequentado por orientais, então a chance de ser bom é maior.

E pra quem pode ir a Nova York provar o ramen (o melhor da vida, até hoje), vá ao Hide-Chan. E ao Momofuku Noodle Bar, do David Chang.

Chang é um fanático por ramen, e em seu programa Mind of a Chef, foi ao Rokurinsha, no subsolo do metrô de Tokyo. Lá, o tsukemen é religião.

olha a fila pro almoço, e você aí reclamando do self service.
Foto: Gastrolust

Ramen é papo sério.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Rio de Janeiro: Comuna



No bucólico bairro de Botafogo encontra-se uma jóia da arte da carne moída e moldada na forma gloriosa de um hamburger.

A Comuna é um espaço de artes, música, vídeo, gastronomia, e afins, bem hipster, moderninho, com todos os homens barbudos e as moças com um ar de filme francês. É um lugar que você vai curtir se tiver no máximo 35 anos, pois o burburinho e seus corredores cheios o farão querer voltar pra casa e assistir Ru Paul's Drag Race no Netflix (eu, obviamente).

Fora das piadas com os hipsters do Rio de Janeiro, a Comuna tem um pequeno bar em que servem hamburgers geniais. O espaço é pequeno e tem poucas mesas, então, se você gosta de comer sentado, chegue cedo. Aconselho umas 20h, que é quando começa a encher (dia de semana também).



Alguns dos petardos carnívoros que eles oferecem:

Tiger shot - Hamburger de 140g, queijo gouda, alface, rúcula, broto de feijão e molho sweet chilli. R$ 20

Rashomon - Hamburger de 140g, queijo gouda, alface, rúcula e maionese de wasabi. R$20

Trash Humper - Hamburger com bacon de 140g, queijo gouda, maionese de bacon, alface, rúcula e bacon caramelizado. R$ 24


(Desculpem a falta de fotos hoje, mas eu estava ocupada COMENDO)


Eu comi o Tiger Shot, que é ABSURDAMENTE bom. Não se preocupe com o chilli, não vai te matar.  Só não beba cerveja se estiver preocupado com a picância, só vai aumentar a ardência (sei porque eu fiz isso).

A carne é perfeita, no ponto certo, a salada é inusitada com o broto de feijão (nunca tinha visto em um hamburger) e o molho chilli fica entre o doce e o apimentado.

Fica a dica (da primeira de muitas que o Garfo dará sobre o Rio de Janeiro) pra quem está sedento por um bom hamburger. Vá ao Comuna, converse com os hipsters, fique um pouco no bar. E coma!


sexta-feira, 25 de julho de 2014

NYC: We S2 pizza

WE ARE BACK!

Falar de pizza em Nova York é despertar fanatismo nos moradores da cidade. Todo mundo tem a sua preferida. A verdade é que só se come pizza do jeito de NY, em NY.
Falam que é a água da torneira que fez dela algo mítico, o que já foi testado em programas de TV e tudo. Especialistas em pizza negam, dizem que é só historinha.

A comunidade italiana em Nova York é muito forte, o que se prova no número de pizzarias e trattorias pelos cinco cantos da cidade. No Brooklyn, então, passei por umas infinidade de lojas familiares, praticamente uma por rua.

No Harry's Italian, com várias filiais pela cidade, você come a típica pizza retangular ("old fashioned square"), massa não tão fina quanto os novaiorquinos gostam, mas ainda assim melhor do que qualquer pizza no Rio de Janeiro. Massa, molho e queijo deliciosos. Se tiver isso, a cobertura é opcional.




O Ray's Pizza (curiosamente, existem muitos "Ray's Pizza" pela cidade, mas esse é conhecido como "Famous Original", pra você ver a quantidade de pizzarias (e de pessoas chamadas Ray)), fica em um endereço famoso de NYC, bem no coração da Times Square, o que facilita a turistada de comer depois de ficar entrando em lojas e vendo flashing lights #sddsforever21.



Pra quem está de viagem marcada pra NYC e quer comer uma boa pizza (indicações dos novaiorquinos e críticos de comida):

Grimaldi's (pra quem gosta de massa bem fininha)
Lombardi's (a pizzaria mais antiga da cidade, datada de 1905!)
Paulie Gee's (meio hipster, no Brooklyn, casa cheia. Massa fina e crocante)
DiFara (talvez a melhor pizza de pepperoni da cidade)
Artichoke (peça a de a alcachofra)
Roberta's (sempre cheio, barulhento, mas as pizzas valem a espera)

Não posso confirmar se elas são isso tudo, mas se eu fosse você, iria.

E você, tem indicações de outras pizzarias na cidade? Conte pra gente na página do Garfo no Facebook!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

NYC: Pastrami é vida

Existem vários meios de se comer carne em NYC.

Tem as churrascarias, algumas brasileiras como a Fogo de Chão, são caras e apresentam tudo aquilo que você já conhece. As brasseries, geralmente com nomes franceses, são especializadas em cervejas e o mais básico que você pode pedir é um bife com batata frita. As casas de hamburgers, que são muitas, propõem diversas combinações e cagam-regra para o ponto da carne, textura do pão, entre outras coisas. Sanduíches de almôndegas também são patrimônio dos ítalo-americanos, com sua carne macia e molho marinara. E tem as delis, que são nada mais do que mercados especializados em carnes, coisas defumadas, charcutaria, salmão, caviar, etc e etc.

meu nome é bagel e eu quero você

Uma deli mega famosa é a Russ and Daughters, que fica no Lower East Side. Essa área de NY é muito conhecida pela sua comunidade judaica, e isso se vê pelos pratos kosher que existem nas delis (e que foram fundadas por familias judaicas). A Russ and Daughters é famosa pelo bagel com salmão (ou lox) e cream cheese, que infelizmente não provei - porque estava com a barriga estufada pela coisa mais deliciosa e gorda dessa cidade: Pastrami.

O pastrami é uma peça de carne curada, temperada e defumada. Sua origem é turca, onde é feita com cominho, páprica e pimenta. O pastrami tradicional de NYC é feito com peito de boi, tem o mesmo preparo de sua origem, levando outro condimentos no tempero, e é bem defumada. O jeito CERTO de se comer o pastrami é um clássico em qualquer deli:

- Pastrami on rye with picles on the side.
Você pede assim quando chega no balcão.

E o lugar que eu indico você a pedir essa maravilha é no Katz's Delicatessen.
Essa instituição novaiorquina foi fundada em 1888, já apareceu em filmes como "Harry e Sally, feitos um para o outro" (é a cena do orgasmo, ok?) e é IMPERDÍVEL. Antes de ir, você tem que saber como entrar, como pedir. Não é para iniciantes.

amor eterno, amor verdadeiro

Você chega, recebe uma comanda, vai pro balcão, pede seu pastrami on rye with picles on the side (ou coleslaw on the side). Ah, e peça FATTY PASTRAMI. Quando o seu jovem italiano (ou porto riquenho, eles falam alto em espanhol de gangue entre eles, é demais <3) estiver cortando a sua carne, você dá uma gorjeta, coloca direitinho no pote, e ele vai te dar uma mostra da carne. Coma. Tem que estar suculenta, e vai estar, porque você foi bacana com ele. Ele vai te entregar os sanduíches que podem ser chamados de maior criação da Terra, e você vai levar para a sua mesa.

sempre cheio
Reze, porque você está na frente de Deus. Deus nesse momento é uma carne curada com muitos sucos, rosada e quente. Agradeça pela bênção. Obrigada Senhor.

te amo

Coloque mostarda, beba com cerveja ou refrigerante. Nada mais. Vá com fome.

Serão os 19 dólares mais bem gastos da sua vida.

Sinta saudades dessa 8a maravilha do mundo para sempre.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

NYC: Amor e cupcakes

Eu sempre fui obcecada com Nova York.
Desde criança.
E aí, depois do pulo do outro lado do mundo, fomos engordar tudo de novo na terra onde os sonhos são feitos #jayzfeelings

Como isso aconteceu: Quando comprei a passagem para a Tailândia a Delta nos deu um stopover em uma cidade americana. Poderia ser Los Angeles. Poderia ser Atlanta. Mas é óbvio que teria que ser NYC. E foi um lindo stopover de onze dias <3

Vivi dias de puro amor por aquela cidade. Se tiver uma pessoa que não goste de NYC é porque não acredita na humanidade, no sorriso de uma criança e vive numa caverna. É simplesmente o lugar mais incrível e mágico do planeta.

Fora a babação com a cidade em si, que é limpa, organizada e segura, é que NYC é uma locação viva da maioria dos filmes que você já viu. Da última vez que fui ao cinema, foi pra ver "O Espetacular Homem Aranha 2: A ameaça de Electro", e eu passei mais tempo identificando os lugares do que prestando atenção no filme. Serião.

Logo que chegamos, nossa primeira loja foi a H&M para comprar casacos, estava uns 10 graus. Impossível ficar sem um bom casaco. Entre uma loja e outra, cupcakes :D

Magnolia Bakery é um símbolo da cidade. E merecido, porque os cupcakes são MARAVILHOSOS. O de Red Velvet  é indescritível, a cobertura é de comer chorando.



Ele é quase fosforecente de tanto corante vermelho, e isso você sabe depois quando vai ao banheiro. #confissões

E ele não foi o único da Magnolia a ser saboreado com amor e carinho.


te amo
Confesso que esse de chocolate com buttercream clássico foi o mais gostoso. O bolo é leve e molhadinho, não é doce. A cobertura é doce, cremosa... estou babando no teclado, mas o que eu quero dizer é que se existisse um pote só com a cobertura EU COMERIA DE COLHER, AJOELHADA.

Outro cupcake, que é bem hipster até, é o da Crumbs. Eles tem uma variedade imensa, eu fiquei muito perdida e pedi para o atendente me sugerir um. Ele falou uns quatro tipos e eu escolhi um que era bem animal, cheio de chocolate e delícias.

café e bolo no parque. sdds.
O cupcake da Crumbs é bem maior que o da Magnolia, mas o bolo é mais massudinho e a cobertura não é tão boa. A embalagem é muito fofa <3

Tem milhares de lojas de cupcakes em NYC. As que você mais encontra são justamente da Magnolia, Crumbs e da Baked by Melissa - esses são muito pequenos, parecem moedas!

O novaiorquino comum sempre tem a sua loja de cupcake favorita. Muitos nem acham a Magnolia a melhor. Segundo a Yelp (que é muito útil para ver indicações de restaurantes), a Molly's Cupcakes é a favorita - e eu nem fui nela :(

Para passar o gostinho, vou deixar a receita da cobertura dos cupcakes da Magnolia. Pode fazer porque é fácil!


Cobertura de baunilha da Magnolia Bakery

1 xicara (2 tabletes) manteiga sem sal, em temperatura ambiente

6 a 8 xícaras de açúcar de confeiteiro (se puder passar por uma peneira antes, melhor o resultado)

1/2 xícara de leite

2 colheres de chá de extrato de baunilha

Coloque a manteiga na batedeira. Adicione 4 xícaras do açúcar de confeiteiro, o leite e a baunilha. Coloque a batedeira na velocidade média e bata de 3 a 5 minutos, até que esteja bem cremoso. Ao poucos, vá adicionando o restante do açúcar, batendo por mais dois minutos a cada xícara adicionada. Quando estiver com a textura desejada, firme para decorar, pode não ser mais preciso adicionar o resto do açúcar. Se quiser, adicione algumas gotas de corante.