Uma coisa ficou clara nas três horas de conversa: A Prefeitura do Rio quer os "food trucks" nas ruas para o verão. Como, onde, e o preço disso, ainda não ficou claro.
Mas algo é certo: não será barato.
O Rio de Janeiro se tornou uma cidade profissional. Não é um ambiente para iniciantes. O perfil de grande parte dos possíveis investidores na comida de rua é de pessoas com pouco dinheiro, que acharam uma brecha nos aluguéis insanos da cidade, sem correr o risco de ficar sem as calças.
Só que, como uma cidade que lucra até (e principalmente) com a luz do sol, o modelo de funcionamento da comida de rua ainda é um mistério, mas ainda assim, promi$$or.
1o Fórum de Food Trucks |
Vamos primeiro entender a primeira cidade a legalizar o "food truck" no Brasil, São Paulo. O que se entendia como "comida de rua" era similar ao que acontece aqui: era considerado legal as carrocinhas de cachorro quente e vans adaptadas, as licenças eram expedidas só nesses casos. Em novembro de 2013, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que regulamentava a venda de comida de rua, abrindo espaço para os Food Trucks. A partir daí, foram estipulados pontos de parada dos carros, juntamente com as subprefeituras e a sociedade civil (leia-se também donos de restaurantes, pessoas que querem os carros de comida distantes de seu negócio). E foram criados estacionamentos particulares, como o Butantã Food Park, o primeiro de muitos, que cobram diárias dos carros.
Só que, pelo modelo exposto no Fórum, o Rio não terá estacionamentos particulares. E sim, só lugares definidos pela Prefeitura, locais distantes de comércio, que não dêem chances de competição com restaurantes e bares estabelecidos. São estes os lugares "discutidos": Mirante do Leblon, Quinta da Boa Vista, Praça Paris, etc.
Parar na praia: Nem pensar.
Vias públicas: Depende.
Praças: Dá pra conversar.
O que os deputados Laura Carneiro e Marcelo Queiroz propuseram em seus papéis na Câmara do Rio foi uma diferenciação entre o food truck, um caminhão profissional de 300 mil reais, e a carrocinha de cachorro quente do Seu Zé de Madureira. A Prefeitura do Rio já quer colocar todo mundo no mesmo balaio, já que todo mundo vende comida de rua.
Feira Planetária |
O que foi entendido no Fórum é o seguinte: A legislação do Rio será diferente da de São Paulo, a Prefeitura que vai definir as áreas de estacionamento dos food trucks, e serão feitos rodízios. Um dia um carro estará em um ponto da cidade, no outro dia, outro lugar. Por oito horas diárias, manhã, tarde ou noite.
E tudo isso será definido por licitações. Lembrando que, dependendo do lugar, e do horário, a sua vaga no rodízio será mais ou menos cara. O representante da Prefeitura chegou a expor um exemplo de uma diária de R$500,00. E ainda que, multiplicando pelos dias da semana, chegaria a um aluguel comercial na Zona Sul.
Pense comigo: Você e um restaurante famoso da cidade (que agora vende cachorro quente gourmet) disputam a mesma vaga na futura licitação. O restaurante tem mais fama (pode render mais conversa, fotos nas revistas, divulgação) e mais dinheiro. Quem ganha a disputada diária?
Serão em média 20 vagas por região da cidade. Se tem interesse no assunto, vá lendo o Diário Oficial, as notícias da Secretaria de Ordem Pública (SEOP), e consulte o Sebrae para elaboração de um plano de negócios. Boa sorte!